Quer dizer, então, que nem um projeto “meia boca” para barrar a eleição dos candidatos “fichas sujas” deverá ser aprovado este ano pelo Congresso Nacional, não é mesmo? Pelo menos isto é o que eu deduzi ao saber da posição do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RO), a respeito do projeto “Ficha Limpa”, que foi aprovado na Câmara Federal e que está, agora, nas mãos dos senadores.
Jucá, ele próprio um dos grandes “fichas sujas” do Congresso, afirmou que o projeto é do interesse da sociedade e não do governo e que não há nenhuma espécie de acordo para que ele seja votado rapidamente, como se previa anteriormente. Ou seja, a proposta não receberá nenhum carimbo de prioridade e poderá ser jogado para as calendas sem que ninguém do governo ou do Parlamento se incomode com o fato de o principal interessado, a sociedade como disse Jucá, esteja querendo a sua aprovação.
Isto, aliás, não deveria surpreender, uma vez que desde o início da tramitação deste projeto, que chegou ao Congresso graças a uma ação popular que o respaldou com mais de 1 , 8 milhão de assinaturas, ficou patente a má vontade dos congressistas com a proposta. Depois de vários adiamentos e manobras protelatórias, o plenário da Câmara Federal a aprovou e, pelo visto, cabe agora aos senadores prosseguir com os adiamentos até, quem sabe, nós nos esqueçamos que o projeto existe.
Só mesmo a mobilização popular poderá fazer com que os nossos senadores mudem de comportamento e, apesar do desprezo do líder Romero Jucá com a “sociedade”, aprovem o projeto moralizador.
Paixão Barbosa - A TARDE On Line
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