terça-feira, 28 de agosto de 2012

Corumbaíba: Por 6x0, TRE/GO indefere recurso de Romário Vieira


Tato Lopes
da Redação



O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás - TRE/GO - negou provimento ao recurso eleitoral interposto por Romário Vieira da Rocha, candidato à reeleição de prefeito em Corumbaíba. Por unanimidade, os desembargadores votaram com o relator do recurso, o juiz Wilson Safatle Faiad.

Apesar de contar com a assistência de 10 advogados, Romário Rocha teve mantida a decisão do juízo de primeira instância, quando o juiz Alessandro Luiz de Souza acatou as impugnações propostas pelo Ministério Público Eleitoral e pela Coligação Agora é a Vez do Povo e indeferiu o registro de candidatura da chapa do atual prefeito e de seu vice, Elis Carlos Pimenta de Oliveira, atual vice-prefeito.

Agora, resta ao prefeito Romário Vieira recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral para dar sobrevida à sua candidatura. Outra opção seria ele se afastar do pleito e ser substituído. Neste caso, o nome mais provável é o de seu vice-prefeito e atual candidato à reeleição, Elis Carlos Pimenta Oliveira. Mas nos dois casos, os prejuízos eleitorais podem ter causado danos irreparáveis à campanha. É o que avalia o jornalista e consultor político Luciano Beregeno. "Continuar uma campanha eleitoral condenado por duas instâncias da Justiça e com o carimbo de Ficha Suja, arranha a imagem do candidato e o descredencia, a cada dia de permanência na disputa, a usar promessas de realizações em seu mandato, que passa a ser a maior incerteza", analisa.
O acórdão publicado no sistema do TRE/GO, é o seguinte:

O Dr. Gabriel Massote Pereira fez sustentação oral representando o recorrente Romário Vieira da Rocha. O Dr. Walber de Almeida Coelho fez sustentação oral em nome da Coligação "Agora é a Vez do Povo". O Procurador Regional Eleitoral ratificou o parecer escrito constante nos autos. O Tribunal, à unanimidade, não conheceu do recurso interposto pela terceira recorrente, Coligação "Agora é a Vez do Povo", e conheceu e negou provimento aos recursos interpostos pelo primeiro e segundo recorrentes, nos termos do voto do relator. Deu-se por lido, conferido e publicado o acórdão. 

Fonte: Rais Forte

domingo, 12 de agosto de 2012

Ministério Público de Contas apura desvios em Pirapora/MG

Mais uma suspeita de desvio de recursos públicos assombra o Norte de Minas. Depois de superfaturamento em merenda escolar, em Montes Claros, agora é a vez da Prefeitura de Pirapora sofrer uma devassa em vários de seus contratos, envolvendo diversas áreas.

O Hoje em Dia teve acesso a um dos relatórios do Ministério Público de Contas (MPC), que aponta licitação fraudulenta e contrato superfaturado para a coleta do lixo no município com prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões em sete anos.

A audácia do administrador é tamanha que o MPC encontrou irregularidades em todas as fases da contratação. A empresa em questão é a Movimentar Serviços Ltda. Venceu duas licitações para atender ao município. A primeira delas, em 2005, e a segunda em 2010. Antes disso, já atendia a Prefeitura de Pirapora, em um contrato sem licitação.

O principal indício de fraude encontrado pelos técnicos do MPC foi relativo à prestação do serviço. A administração contratou a Movimentar para coletar o lixo domiciliar e levá-lo ao aterro sanitário da cidade tendo por base a hora trabalhada. Isto significa que a gestão do prefeito Warmillon Braga (DEM) pagou à Movimentar pelo tempo gasto pelos caminhões para a coleta do lixo. Normalmente, cidades de grande porte remuneram por este tipo de serviço tendo por base o peso coletado.
Leia a postagem completa no Blog do Jornalista Investigativo Fábio Oliva em http://blogdofabiooliva.blogspot.com.br/
Fonte: AMARRIBO BRASIL

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Perillo será processado por demora em exonerar Delúbio

Governador de GO será processado por ter demitido o ex-tesoureiro do PT sete anos após ser descoberto recebendo salários sem trabalhar

 

Rubens Santos, de O Estado de S. Paulo
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), será processado por prática de improbidade administrativa, pelo Ministério Público de Goiás, por ter exonerado o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares de Castro, sete anos após ser descoberto recebendo salários sem trabalhar, na Secretaria de Educação (Seduc), num período de 100 meses. Delúbio foi professor de Matemática na rede pública do Estado, as faltas foram descobertas em 2005, mas foi exonerado na sexta-feira, 3.
 "O questionamento que se faz é o seguinte: Por que o processo administrativo contra o Delúbio Soares somente foi concluído pela administração pública sete anos depois?", disse Fernando Aurvale da Silva Krebbs, da 57a. Promotoria de Justiça do MPE.
Ele requereu autorização, junto ao procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, para processar o governador tucano. A partir daí, o documento é analisado pela Assessoria Jurídica do Procurador-Geral, que é irmão do senador cassado Demóstenes Torres.
Explicou que embora o ex-tesoureiro tenha sido condenado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a devolver os salários que recebeu e perder direitos políticos no período de oito anos, o governador não teria determinado a exoneração.
O promotor explicou que o então professor Delúbio Soares, e na condição de servidor público, teria apresentado "atestados falsos de frequência".
O que garantiu sua permanência no cargo da Secretaria de Educação e na folha de pagamentos - recebeu R$ 165,6 mil em salários, entre os meses de setembro de 1994 e janeiro de 1998, e entre os meses de fevereiro de 2001 e janeiro de 2005.
Na época, o próprio Fernando Krebbs requereu abertura de processo administrativo-disciplinar e inquérito policial na Delegacia estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública.
Nos dois casos se descobriu, mais tarde, que Delúbio Soares morava em São Paulo, não aparecia nas salas de aula e era acobertado pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sintego), Noeme Diná Silva.
No caso do governador, explicou Fernando Krebbs, cabe a ele aplicar a penalidade da demissão, o que não teria sido feito. A assessoria do governador não comentou sobre o caso.

Fonte: Estadão.com;br

terça-feira, 7 de agosto de 2012

PF prende políticos, servidores públicos e empresários em Anápolis (GO)

Presidente da Câmara da cidade e vereador que havia sido preso no caso Cachoeira estão entre os detidos

 

Rubens Santos
Goiânia - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira, 7, em Anápolis (GO), 12 pessoas suspeitas de envolvimento no desvio de recursos públicos e recebimento de propina.
Entre os presos, estão o secretário municipal de meio ambiente de Anápolis, o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Amilton Batista (PTB), e o vereador Wesley Silva (PMDB).
Wesley havia sido preso, no mês de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, liderada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.
A operação, batizada de La Plata, apreendeu também documentos, malotes e computadores.
A cidade se localiza a 64 quilômetros de Goiânia (GO).

Fonte: Estadão.com.br

 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Em clima tenso, STF rejeita dividir processo do mensalão

Lewandowski surpreende ao defender incompetência da Corte de julgar o caso e discute com relator

 

Mariângela Gallucci e Felipe Recondo - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O julgamento do mensalão começou tenso a quinta-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal. Na primeira sessão que decidirá o futuro de 38 pessoas acusadas de integrar um esquema de compra de votos no Congresso durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, ministros discutiram entre si, explicitaram diferenças sobre o caso e atrasaram o cronograma inicial.
Lewandowski foi um dos que votaram em favor do desmembramento - Andre Dusek/AE
Andre Dusek/AE
Lewandowski foi um dos que votaram em favor do desmembramento
Com isso, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que fará a acusação, precisou ter sua exposição oral adiada para hoje. Os advogados de defesa vão falar apenas na semana que vem. A estimativa é de que o julgamento dure cerca de dois meses.
Logo após a abertura dos trabalhos, o advogado Marcio Thomaz Bastos, responsável pela defesa de um ex-diretor do Banco Rural, questionou a competência do Supremo para cuidar do caso. Isso porque, entre os 38 réus apenas 3 têm foro privilegiado, ou seja, por serem deputados federais, têm de ser julgados no tribunal - João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). O restante dos réus teria de ser julgado em instâncias inferiores da Justiça, argumentou o advogado, ao pedir o desmembramento do caso.
A deliberação sobre essa questão colocou o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, em rota de colisão com o revisor do processo, Ricardo Lewandowski. Houve, inclusive, bate-boca. Barbosa, que tende a votar pela condenação dos acusados, defendeu a competência do Supremo para julgar o caso. Mas Lewandowski discordou, mostrando que tende a divergir do colega em pontos do relatório. Como se tratava de uma questão que havia sido discutida anteriormente pelos ministros, Barbosa chegou a acusar o colega de "deslealdade". "Está em jogo a credibilidade do tribunal. Essa questão (desmembramento) já foi debatida três vezes. Esta é a quarta", disse Barbosa, que há seis anos propôs o desmembramento, mas foi voto vencido.
Lewandowski reagiu dizendo que o termo utilizado pelo colega era muito forte e isso prenunciava um julgamento "muito tumultuado". Ele também afirmou que estava sendo atacado pessoalmente. "Como revisor, ao longo deste julgamento farei valer o meu direito de me manifestar."
O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, teve de interferir várias vezes para tentar apaziguar os ânimos e chegou a pedir ao revisor que fosse mais rápido em sua manifestação. O pedido não surtiu efeito. Ressentido com a pressão que sofreu para que liberasse o processo do mensalão, Lewandowski falou mais de uma hora sobre uma questão preliminar, tornando inviável o cumprimento do cronograma original.
Ele argumentou que em outras ocasiões o STF determinou a transferência de inquéritos e ações penais para a primeira instância, corroborando a tese de Thomaz Bastos segundo a qual um cidadão tem direito ao chamado duplo grau de jurisdição, isto é, de poder recorrer a uma instância superior da Justiça - isso está estabelecido, lembrou o advogado, na Constituição e no Pacto de San José da Costa Rica.
Terminada a discussão, a proposta de Thomaz Bastos foi rejeitada pelos ministros por 9 votos a 2 - além de Lewandowski, Marco Aurélio Mello votou pelo desmembramento. Depois, houve tempo apenas para que Barbosa lesse o resumo de seu relatório. Os trabalhos serão retomados hoje às 14 horas.
Consequência. Advogados de réus acreditam que, com o atraso, diminuem as chances de o ministro Cezar Peluso dar suas sentenças sobre o mensalão. Visto como um juiz duro, de forte formação no Direito Penal e que tenderia a votar pela condenação na maioria dos casos, ele vai se aposentar de forma compulsória no dia 3 de setembro por completar 70 anos.
Pelo cronograma definido pelo tribunal, Peluso conseguiria votar se antecipasse o seu voto. Ele só pode fazer isso, porém, após os votos do relator e do revisor do processo. Se o cronograma atrasar em um dia apenas, o ministro pode ficar de fora.
O calendário do julgamento já está "implodido", segundo observaram informalmente advogados de defesa. Alguns deles chegaram a especular a possibilidade de o STF ter sessões pela manhã a fim de manter o cronograma. Isso não impedirá novos atrasos por causa da tensão em plenário, avaliam os advogados dos acusados.
"Infelizmente ele (Peluso) não participará", disse Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o publicitário Duda Mendonça. Ele ressaltou que o próprio voto antecipado já seria ruim porque no STF os ministros podem alterar o seu voto em meio ao debate em plenário.
Outro advogado, que pediu para não ser identificado, destacou as discussões entre Barbosa e Lewandowksi. "Em 30 minutos o relator e o revisor já estavam discutindo. O cronograma é inviável. O Peluso está fora", sentenciou.
COLABOROU EDUARDO BRESCIANI 
Fonte: Estadão.com.br

 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Movimentos anticorrupção farão protesto hoje no STF

ISADORA PERON - Agência Estado
Os movimentos anticorrupção que se organizam pelas redes sociais marcaram para esta quinta-feira, a partir das 17h, um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para celebrar o início do julgamento do mensalão. "A manifestação é também de apoio ao STF, para que essa instituição proceda a um julgamento imparcial e independente de pressões indevidas", diz o convite do evento no Facebook.
Os organizadores pedem que os participantes usem camisetas brancas, com uma faixa preta em um dos braços, e levem velas que serão acesas para simbolizar a vigília que pretendem manter durante todo o julgamento, previsto para acabar somente na metade de setembro.
Embora os grupos que organizam o ato se classifiquem como apartidários, o secretário nacional de Juventude do PSDB, Wesley Goggi, diz que filiados do partido vão participar da manifestação "como membros da sociedade civil". Durante a semana, o site da sigla divulgou vídeos e matérias sobre o mensalão.
Na noite de ontem, um grupo de cerca de 50 pessoas escreveu com velas a palavra "mensalão" na frente do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo. Segundo os organizadores, a manifestação foi para exigir "um julgamento justo, que finde antes das eleições". No domingo, um ato no Rio distribuiu bolo à população para comemorar o início do julgamento. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Situação de Dias Toffoli é delicada, afirma ministro do STF

À Estadão ESPN, Marco Aurélio Mello explica que atuação de colega pode ser questionada no início do julgamento, nesta quinta-feira

 

 

A participação do ministro José Antonio Dias Toffoli no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que começa nesta quinta-feira, 2, é um assunto "delicado", na avaliação do ministro Marco Aurélio Mello. Em entrevista à rádio Estadão ESPN na manhã desta quinta, o ministro comentou a polêmica sobre a presença de Dias Toffoli, advogado de campanhas presidenciais do PT e assessor jurídico da Casa Civil, quando José Dirceu, um dos 38 réus, comandou a pasta.
Toffoli vem sinalizando que deve participar do processo - Andre Dusek/AE
Andre Dusek/AE
Toffoli vem sinalizando que deve participar do processo
Segundo pessoas próximas, Toffoli vem sinalizando que deve participar do processo. Pelo regimento do STF, o procurador-geral ou os defensores dos réus podem questionar sua atuação. "A situação é muito delicada. Mas precisamos aguardar para ver se alguma das partes suscitará o impedimento do colega. E ver se essa matéria será realmente colocada", afirmou o Marco Aurélio. O ministro evitou comentar qual a sua opinião e apenas disse que se preocupa com o caso.
A sessão de julgamento está prevista para começar às 14h e a questão pode ser colocada logo no início. O estadão.com.br farátransmissão ao vivo da sessão.
Marco Aurélio disse ainda não ter decisão fechada sobre seu voto no processo e ainda vai aguardar para ouvir os argumentos da acusação e da defesa. Afirmou também estar ciente da influência da opinião pública, mas ressaltou que o julgamento não pode apenas se guiar pelo clamor popular. "Que ocorra o melhor para a sociedade brasileira."
Fonte: Estadão.com.br

terça-feira, 31 de julho de 2012

Com apoio de Lula e aval de colegas do STF, Toffoli vai julgar mensalão


Vínculo passado com o PT e amizade com ex-presidente levantaram dúvidas sobre participação do ministro no julgamento; para o presidente do Supremo, Ayres Britto, atuação é regular

link Vera Rosa, Felipe Recondo e Mariângela Galucci, de O Estado de S. Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antônio Dias Toffoli vai participar do julgamento do mensalão, que começa na quinta-feira, 2, e deve durar mais de um mês. Em conversas reservadas, Toffoli disse não ver motivos para se declarar impedido. Acrescentou que a pressão para ficar de fora só o estimulou a atuar no caso.
Veja também: link FHC diz que julgamento do mensalão mudará cultura política brasileira link Presidente do TSE arquiva pedido para adiar o julgamento do mensalão link Vaccarezza acha bom julgamento de mensalão agora link Advogado de Jefferson insistirá na inclusão de Lula no processo do mensalão.Toffoli, ministro do STF participará do julgamento do mensalão - André Dusek/AE
André Dusek/AE
Toffoli, ministro do STF participará do julgamento do mensalão
Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem também não há motivos de impedimento, e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu – apontado pelo Ministério Público como "chefe da quadrilha" do mensalão –, Toffoli construiu sua carreira jurídica dentro do PT. Ele foi advogado do partido – destacando-se na liderança petista na Câmara dos Deputados nos anos 1990, e na consultoria de campanhas eleitorais –, assessor jurídico da Casa Civil quando o ministro era Dirceu e advogado-geral da União do governo Lula.
Antes de assumir a cadeira no Supremo, Toffoli também atuou como advogado do próprio Dirceu em algumas ocasiões. Até 2009, ele era sócio no escritório da advogada Roberta Maria Rangel, hoje sua namorada, que defendeu outros acusados de envolvimento no mensalão, como os deputados Professor Luizinho (PT-SP), então líder do governo, e Paulo Rocha (PT-PA).
Indicado para assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral em 2014, Toffoli se diz contrariado com as dúvidas lançadas sobre sua isenção – questionamentos são feitos desde que tomou posse no STF em 2009. "Eu já estou participando desse processo. Não vou sair de jeito nenhum", disse o ministro, segundo relato de um interlocutor.
Toffoli já analisou, por exemplo, recursos de advogados de defesa dos réus nessa fase anterior ao início do julgamento de fato.
Sinalização. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, afirmou na segunda-feira, 30, que a participação do colega na análise de questões relativas ao processo do mensalão indica que ele não vai se declarar impedido. "Não me compete opinar sobre nada, se ele vai ou se não vai (julgar o mensalão), e não quero ser mal interpretado. Agora, isso (participar de etapas anteriores) sinaliza participação. Sem dúvida", disse na segunda em Brasília o presidente do Supremo.
Não há pressão na Corte para que ele não julgue o caso. Nos bastidores, os comentários são de que o Supremo é movido "por espírito de corpo" e, portanto, outros integrantes da Corte, também com ligações políticas, poderiam ser alvos de suspeição e sofrer o mesmo constrangimento caso Toffoli fique fora.
Exemplos. Na tentativa de desqualificar a pressão sobre Toffoli, dirigentes petistas ressuscitaram a filiação de Ayres Britto ao PT nos anos 90. Lembraram, por exemplo, que ele foi candidato a deputado federal pelo PT de Sergipe, em 1990, e, na época, mantinha ótimo relacionamento com Dirceu. Hoje, o voto de Britto é computado pelo partido na lista dos contrários ao ex-ministro.
Para Marco Aurélio de Carvalho, coordenador jurídico do PT, há "incoerência" em relação à cobrança sobre a participação do ministro. "Os mesmos critérios levantados deveriam ser arguidos em relação ao ministro Ayres Britto", afirmou Carvalho.
Advogados ligados ao PT afirmam, ainda, que, se a pressão valesse para todos, a presença do ministro Gilmar Mendes, indicado ao Supremo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também poderia ser contestada, pois ele conversou sobre mensalão com Lula, testemunha no processo. A reunião ocorreu em abril, no escritório de Nelson Jobim, ex-titular da Defesa. Segundo relato de Mendes, o ex-presidente o teria presionado para adiar o julgamento. Lula nega.
Pedido. Sem ligação com o processo, o advogado Paulo Magalhães Araujo, que comanda uma ONG, pediu na segunda-feira a suspeição de Toffoli em petição encaminhada ao Supremo. Como não é presentante de nenhum dos réus do caso, o pedido deve ser ignorado pelos ministros.

Fonte: Estadão.com.br

Márcio Thomaz Bastos deixa defesa de Carlinhos Cachoeira


Ex-ministro e sua equipe devem anunciar oficialmente nesta terça a saída do caso; motivos ainda não foram esclarecidos


A equipe do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixa de responder pela defesa do contraventor Carlos Agusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Nesta terça-feira, 31, todos os advogados vão sair do caso oficialmente. Eles não explicaram o motivo da decisão.
Márcio Thomaz Bastos acompanha Cachoeira durante depoimento à CPI - Dida Sampaio/AE - 22.05.2012
Dida Sampaio/AE - 22.05.2012
Márcio Thomaz Bastos acompanha Cachoeira durante depoimento à CPI
Cachoeira é acusado de liderar esquema de jogos ilegais e foi preso em fevereiro deste ano pela Polícia Federal, durante as investigações da Operação Monte Carlo. Nessa segunda-feira, a noiva do contraventor, Andressa Mendonça, foi detida acusada de tentar chantager o juiz federal responsável pelo julgamento do processo que envolve Cachoeira na Justiça de Goiás.
"Tínhamos combinado que após as audiências começaríamos a transição para um outro escritório escolhido por eles. Estamos em reunião com a família e acho que até o final da semana já poderemos repassar o processo", explicou a advogada Dora Cavalcanti Cordani, integrante da equipe. A primeira audiência foi na semana passada, quando o contraventor se recusou a responder as perguntas do juiz Alderico dos Santos. Durante o seu depoimento, usou o tempo de defesa para fazer declarações de amor a Andressa Mendonça, que acompanhava o depoimento na primeira fileira.
Thomaz Bastos já estava fora do caso há duas semanas. Durante o tempo em que comandou a defesa, o ex-ministro fez repetidos pedidos para libertar o contraventor e tentou, também sem sucesso, anular as provas obtidas contra seu cliente. O advogado também o acompanhou na ida à CPI que investiga as relações do grupo do contraventor com agentes públicos. Na ocasião, Cachoeira também ficou em silêncio.
Com Agência Brasil.


Fonte: Estadão.com.br

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ao STF, defesa de Dirceu dirá que Jefferson ‘inventou’ mensalão

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
A defesa de José Dirceu de Oliveira e Silva, personagem central do mensalão, vai sustentar na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) que "a história foi montada por Roberto Jefferson" e que o esquema de compra de apoio parlamentar "não existiu".

Veja também:   
     Genoino alega que não comandava finanças petistas
     ESPECIAL: O fluxo do mensalão, segundo a denúncia   
     Para ex-ministro da Justiça, processo do mensalão é 'artificial'
     Dilma se blinda para evitar influência de julgamento no governo   



A apenas três dias do início do julgamento, José Luís Oliveira Lima, criminalista, defensor do ex-ministro, mira Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB, autor da denúncia que levou à cassação de Dirceu.

A Procuradoria-Geral da República classifica o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula de principal articulador da engrenagem do mensalão, "sofisticada organização criminosa".

Oliveira Lima não perde a serenidade quando indagado sobre o desafio que o espera. As próximas horas ele passará debruçado, como já o fez no fim de semana, sobre os autos da ação penal 470. Aqui e ali, rastreia atalhos para fustigar a denúncia do Ministério Público Federal, que formalmente atribui a Dirceu formação de quadrilha e corrupção ativa.

"Foram mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas por Roberto Jefferson", assinala o advogado, que desembarca em Brasília na quarta-feira para sua missão mais delicada.

Em alegações finais, Oliveira Lima rechaçou o libelo da procuradoria contra seu cliente. "Derrubando cada um dos indícios brandidos pela denúncia, a prova judicial assegurou que José Dirceu se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério."

Nesse documento, da página 113 e até a 144, um capítulo só para golpear Jefferson. "As contradições e as inconsistências nas manifestações de Roberto Jefferson sobre a imaginada compra de votos são incontáveis e se agravam ainda mais quando se referem à suposta participação de José Dirceu. Provou-se nesta ação penal que Roberto Jefferson estava acuado e no foco de investigações no exato momento em que formulou a acusação de compra de votos."

Na sexta-feira, dia 3, os ministros do Supremo e o País vão ouvir o criminalista em sua manifestação na Corte. A ele caberá a primeira da longa série de sustentações orais. Dele e de seus argumentos depende o destino de José Dirceu.

Assusta-o a grande expectativa em torno do julgamento?
De maneira nenhuma. Os ministros do STF são os mais competentes e experientes magistrados do País.

A pressão política o intimida?
Não, julgamento no STF é técnico.
Fonte: Estadão.com..br