Enviado por Erich Decat
Enviado por Erich DecatA professora aposentada Rosemary de Morais, de 55 anos (foto acima), recebeu nesta quarta-feira (21) uma notícia que pode mudar sua vida. A Justiça determinou que o vice-presidente da República, José Alencar, a reconheça como filha. A decisão saiu dez anos depois de Rosemary mover uma ação judicial para ter oficializada a paternidade.
Em 1996, Rosemary, que foi criada pelos avós maternos, soube da mãe que era filha de José Alencar. A revelação foi feita três meses após a avó falecer. “Minha mãe tinha ficado doente e me chamou para conversar. Ela me mostrou a foto de um homem no jornal e disse que ele era meu irmão. Eu perguntei “mãe, você teve filho com outro homem?”, e ela respondeu que não. Que aquele homem do jornal era filho do José Alencar, meu pai”, lembra.
Segundo Rosemary, a mãe contou que teve um relacionamento com José Alencar quando nenhum dos dois era casado. “Quando a minha mãe me falou, um amigo da família confirmou a história e disse para eu aproveitar que ele estaria na cidade em campanha para o Senado e procurá-lo”.
Quando Alencar chegou em Caratinga, Rosemary foi ao seu encontro, mas em meio ao tumulto dos eleitores, não conseguiu se aproximar. “Fui até a rádio onde ele deu uma entrevista e lá consegui dizer que eu era sua suposta filha.
Ele ficou surpreso e disse que estava disposto a me dar toda atenção. Só que nunca mais me ouviu”.
Depois desse encontro, ela só o viu pessoalmente durante a campanha eleitoral ao governo Federal.
Para entrar na Justiça, Rosemary teve que abrir mão do sobrenome Neves, que o pai adotivo lhe deu. “Meu pai ficou muito chateado comigo, mas disse que era meu direito correr atrás da verdade”. Hoje o pai adotivo de Rosemary tem 75 anos. Já sua mãe, Francisca Nicolina de Morais, morreu há seis meses, aos 82 anos, vítima de câncer.
A professora aposentada ainda não acredita que o vice-presidente a reconhecerá como filha. “Eu tenho medo que gaste mais outro tanto tempo de briga na Justiça. Eu não quero nada daquilo que ele pensa que eu tenho direito. Eu só quero a minha casa e uma poupança para eu tocar minha vida e terminar a minha velhice bem”, afirma.
Segundo uma fonte da Justiça, José Alencar se negou a fazer o exame de DNA, mas várias testemunhas e outras provas anexadas ao processo levaram o juiz da Vara Cível de Caratinga, José Antônio Oliveira Cordeiro, determinar o reconhecimento da paternidade.
A sentença foi dada nesta quarta-feira (21), a 15 dias de prazo para a apresentação de recurso.
A assessoria da vice-presidência informou desconhecer qualquer ação de paternidade movida contra José Alencar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário