NANCY DUTRA
DE BRASÍLIA
A Mesa Diretora da Câmara decidiu nesta quarta-feira pela perda de mandato do deputado federal Jerônimo Reis (DEM-SE). Ele foi condenado em junho por improbidade administrativa, sob a acusação de nomear funcionários fantasmas quando era prefeito de Lagarto (SE).
Dos membros da Mesa que participaram da reunião, apenas um foi contrário à decisão, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Foram favoráveis o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), ACM Neto (DEM-BA), Odair Cunha (PT-MG) e Rafael Guerra (PSDB-MG).
O ato de perda de mandato foi lido em plenário pelo deputado Marcelo Ortiz (PV-SP), que preside a sessão. Quem assume a vaga é o suplente, Pedro Valadares (DEM-SE). Ele é sobrinho do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), mas os dois são adversários políticos.
O agora ex-deputado Jerônimo Reis protestou e atacou o corregedor-geral da Câmara, ACM Neto. "Tem casos que estão há mais de seis meses sem análise. Por que o meu andou assim tão rápido?", disse.
Reis teve os direitos políticos suspensos pelo Tribunal de Justiça de Sergipe por causa das contratações irregulares. Segundo o deputado, foi um secretário seu na prefeitura que dividiu o salário com outros funcionários.
A defesa do parlamentar perdeu o prazo para recorrer da decisão do TJ. O advogado de Reis tentou reverter a decisão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas o ministro Dias Toffoli negou a liminar.
"Estou saindo pela porta dos fundos, mas com a cabeça tranquila. Saio da Câmara não como corrupto", afirmou. Reis não será candidato neste ano. "Não quero saber de política."
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