O ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso Vilceu Marchetti teve seu patrimônio pessoal ampliado em quase nove vezes durante o período em que ocupou uma das funções-chave no governo de Blairo Maggi (PR), que hoje é senador pelo Estado.
De 2004 a 2009, segundo auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Marchetti tornou-se proprietário ou adquiriu participação em quatro fazendas que somam 19,6 mil hectares.
Também virou dono de 2.300 cabeças de gado. Uma evolução patrimonial estimada por técnicos do TCE em R$ 1,3 milhão.
Na época, a única fonte de renda declarada foi o subsídio de secretário de Estado, que era de R$ 13 mil.
"A atividade [do ex-secretário] como produtor rural deu prejuízo. O conjunto de tais elementos aponta um acréscimo patrimonial incompatível", afirmou o auditor-conselheiro Luiz Henrique Lima.
Em parecer, o Ministério Público de Contas disse ver "forte indício da prática de ato de improbidade administrativa" e pediu que os dados sejam remetidos ao Ministério Público Estadual para "que tome medidas cíveis e penais cabíveis."
No ano passado, Marchetti foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de chefiar um suposto esquema de compras superfaturadas no governo de Mato Grosso.
A investigação do caso apontou que o governo pagou R$ 44 milhões a mais por um lote de 705 máquinas (caminhões, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas, entre outras), adquiridas por R$ 241 milhões em 2009.
Procurado pela Folha, Marchetti disse que apenas seu advogado, Ulisses Rabaneda, falaria sobre o assunto. O advogado afirmou que ainda não havia tomado conhecimento do caso.
Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário