quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Relator do caso Jaqueline Roriz critica absolvição da deputada


MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Relator do processo contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou ontem a absolvição da colega.

Ele questionou se haveria a mesma atitude do plenário se fosse descoberto que algum deputado "estuprou".


"Se viéssemos a saber no dia de hoje, por imagens de vídeo, que determinado parlamentar praticou pedofilia, que ele matou, que ele estuprou, o que essa Casa iria dizer à sociedade brasileira?", afirmou o tucano.

Por 166 votos favoráveis a cassação, 265 contra e 20 abstenções, Jaqueline Roriz foi absolvida, na noite de terça-feira, pela Câmara dos Deputados. A votação foi secreta.

Ela foi filmada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM do Distrito Federal. Na época, a deputada admitiu que o dinheiro seria para caixa dois de campanha.

Na opinião de Sampaio, o caso de Jaqueline era passível de perda de mandato, principalmente pelo fato de o vídeo ter sido divulgado apenas após as eleições de outubro do ano passado.

Os eleitores não conheciam, disse, as suspeitas de irregularidades antes de terem votado.

A gravação é de 2006, antes de ela ser eleita deputada distrital. Sua defesa alegou que ela não poderia ser cassada por um fato cometido antes de seu mandato.

Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) "o Legislativo é novo, mas as velhas práticas continuam".

Pela manhã, cerca de 50 manifestantes "limparam" o Congresso, com sabão e água, fazendo um apelo pela cassação da parlamentar.

Apesar do resultado pela absolvição da deputada, apenas um parlamentar falou em plenário defendendo-a: Vilson Covatti (PP-RS).

Ao final, a parlamentar foi aplaudida por pessoas que acompanhavam a sessão.

Por meio de sua assessoria, a filha do ex-governador Joaquim Roriz se disse "satisfeita" com o desfecho. Ela deixou o plenário antes de ser proclamado o resultado.

No ano passado, Roriz tentou disputar o governo do Distrito Federal, mas renunciou devido à incerteza sobre a vigência da Lei da Ficha Limpa.
Folha.com

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