O ministro Pedro Novais exonerou, na sexta-feira (19), quatro servidores investigados na Operação Voucher da Polícia Federal. Todos eles tinham cargos comissionados no ministério.
Os servidores que deixaram a pasta são Antônio dos Santos Júnior, Freda Azevedo Dias, Kátia Terezinha Patrício da Silva e Kérima Silva Carvalho.
Júnior havia sido prevo temporariamente. Freda, Kátia e Kérima constam na lista de presos preventivos da operação.
Segundo nota divulgada pelo ministério, Novais enviou ainda um ofício à ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) solicitando a exoneração de Francisca Regina Magalhães Cavalcante.
Atualmente, Francisca é diretora do Departamento de Qualificação, Certificação e Produção Associada ao Turismo.
IBRASI
A Operação Voucher, deflagrada no último dia 9 pela Polícia Federal, investiga um suposto esquema de desvios relacionados a convênio firmado entre a ONG Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável) e o Ministério do Turismo para capacitação profissional no Amapá.
Ao todo, 37 pessoas foram presas temporária e preventivamente na operação em Brasília, São Paulo e no Amapá, incluindo o atual secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, que estava na pasta desde 2003, mas foi exonerado depois de sair da prisão.
As investigações, que começaram em abril deste ano, apontam que os R$ 4 milhões do Ministério do Turismo que deveriam treinar pessoas no Amapá foram desviados por meio de todo o tipo de fraude, incluindo ONG de fachada, notas fiscais falsas e a conivência de funcionários públicos.
Os problemas começam desde a escolha da instituição, feita pela deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) por meio de emenda parlamentar. A entidade, apesar de criada em 2006, não funcionou até junho de 2009, quando uma reunião de conselheiros mudou o nome e a finalidade da entidade para trabalhar com turismo.
OUTRAS DENÚNCIAS
A Folha informou, em reportagem deste sábado (20), que recursos assegurados pelo ministro do Turismo para uma obra no Maranhão beneficiaram uma cidade sem nenhuma vocação turística e uma empreiteira fantasma, cuja sede fica em um conjunto habitacional na periferia de São Luís, a capital do Estado.
No ano passado, quando exercia o mandato de deputado federal, Novais apresentou emenda ao Orçamento da União para destinar R$ 1 milhão do Ministério do Turismo à construção de uma ponte em Barra do Corda (450 km ao sul de São Luís).
O ministro informou que direcionou recursos de emenda para Barra do Corda quando era deputado por avaliar que o turismo pode ajudar a cidade a garantir mais qualidade de vida à população local.
A maioria dos presos já foi solta pela PF.
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