sábado, 15 de outubro de 2011

Acuado por denúncia, Orlando Silva se esforça para parecer descontraído e confiante

Gustavo Franceschini
Em Guadalajara (MEX)
  • Orlando Silva, ministro do Esporte, caminha para conceder entrevista coletiva, sempre sorridente

    Orlando Silva, ministro do Esporte, caminha para conceder entrevista coletiva, sempre sorridente

Orlando Silva Jr. recebeu a notícia de que seria capa da revista Veja na última sexta, pouco antes da abertura do Pan. Ao que parece, o político usou o tempo para repassar o discurso que rechaça a acusação de corrupção e concentrar-se em parecer importunável. Mesmo acuado, o ministro do Esporte mostrou-se mais descontraído que de costume e se esforçou para parecer confiante.

A denúncia levantada pela revista Veja foi grave e poderia ameaçar o cargo de Orlando Silva. A revista ouviu um policial militar que acusa Orlando Silva de ter recebido propina no estacionamento do ministério e de ter chefiado um esquema de desvio de verbas públicas do programa Segundo Tempo, da pasta hoje comandada por ele.

O ministro manteve sua agenda em Guadalajara e se reuniu com outros políticos americanos ligados ao esporte em um hotel. Durante o encontro, sua assessoria de imprensa marcou uma entrevista coletiva e o próprio político se manifestou pelo Twitter, rechaçando a denúncia.

Ao encontrar-se com jornalistas, Orlando Silva fez questão de ser simpático, mais do que costuma ser normalmente. Perguntou a opinião dos interlocutores sobre a qualidade da abertura do Pan e surpreendeu-se ao saber que o nadador Cesar Cielo havia sido internado por um mal-estar na noite anterior. Quando questionado sobre o assunto principal do dia, se deu ao luxo de fazer uma brincadeira.

“Olha, tem um dito popular que diz que jabute quando sobe em árvore, ou é enchente ou é mão de gente”, disse Orlando Silva enquanto descia a escada rolante rumo ao estacionamento do hotel em que estava. O ar despreocupado e os sorrisos contrastavam com as expressões tensas de seu staff, que repetia o argumento de que o acusador tem “ficha suja” sempre que perguntado.

Na hora da entrevista coletiva, em um segundo hotel de Guadalajara, Orlando Silva mudou um pouco a maneira de se portar. Diante das câmeras, foi firme nas respostas e enfatizou o pedido de apuração dos fatos. Se ofereceu para ir ao Congresso, não entrou em polêmicas e sorriu só em horas estratégicas. Seus assessores também fizeram questão de mostrar solicitude, dando a entender que o ministro estava pronto para as investigações.

Com as luzes apagadas, mais uma vez Orlando Silva mostrou um ar leve. Cumprimentou jornalistas separadamente, perguntou sobre amenidades e deixou o local sem pressa, enfatizando ao fim da entrevista que poderia responder mais questões se os repórteres assim quisessem.

UOL/UN

Nenhum comentário:

Postar um comentário