Fonte: Correio Popular
Um dia depois da cassação do prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), vereadores e lideranças partidárias iniciaram conversas e articulações para definir os nomes de candidatos em eleição indireta para o cargo na Prefeitura. Justiça Eleitoral e Legislativo ainda vão definir o regulamento do pleito, mas uma coisa é certa: o mandato-tampão vai só até o final de 2012, o que pode influenciar na decisão dos partidos em lançar candidatos próprios.
Para alguns, que já sonham com as eleições de outubro de 2012, um ano é pouco e pode resultar em desgaste na imagem frente ao eleitorado, senão for possível bom desempenho no Executivo. Para outros, alguns meses no poder podem servir como uma vitrine para as eleições de outubro.
Demétrio foi cassado na noite de anteontem por 29 votos a quatro, acusado de quebra de decoro. Ele chegou a ser preso por envolvimento em irregularidades ligadas ao Caso Sanasa. Em agosto, o então prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), também foi cassado pelo Legislativo. O presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), assume o cargo na próxima segunda-feira. Na eleição indireta, os 33 vereadores vão escolher o novo prefeito de Campinas em votação na Câmara. Eles têm 90 dias, a partir da próxima segunda-feira (quando Serafim assumir), para a eleição. A candidatura é aberta a cidadãos comuns, filiados a partidos políticos e maiores de 21 anos.
Contudo, a eleição pode ser cancelada caso Demétrio vença na Justiça derrubando a cassação. Sua defesa recorrerá no início do ano que vem, após o recesso do Judiciário.
A principal mudança no xadrez político, no entanto, deve ocorrer se o presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), decidir disputar o cargo. A posse de Serafim está marcada para segunda-feira. Se optar pela disputa, terá de abrir mão do cargo e quem assume seu lugar no Executivo é o vice-presidente da Câmara, Thiago Ferrari (PTB), que será substituído no comando da Câmara por Francisco Sellin (PMDB), por este ser o vereador mais velho da Casa.
Minutos após a votação que culminou no impeachment de Demétrio, Serafim desconversou sobre a possível candidatura, mas não negou. Disse que é preciso aguardar o procedimento da Justiça Eleitoral — que determinará as regras das eleições — e considerar a possibilidade de volta de Demétrio. “É preciso ter cautela.”
Para alguns partidos, a candidatura de Serafim pode ser uma ameaça, pois já temem sair derrotados pelo pedetista na disputa eleitoral. Isso porque, depois de deixar a Prefeitura, em outubro, devido à volta de Demétrio .
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