Iterceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em abril de 2011 sugerem que a relação entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, era mais próxima do que o político admite.
A informação é da reportagem de Natuza Nery, Rubens Valente, Dimmi Amora eAndreza Matais, publicada na Folha deste domingo (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Os diálogos gravados durante a Operação Monte Carlo mostram que as demandas do grupo de Cachoeira --que está preso sob acusação de contravenção-- eram manobradas por Wladimir Garcez.
Ex-vereador de Goiânia, ele agia como operador político e "ponte" de Cachoeira com o governo goiano.
Em um diálogo, Garcez diz a Cachoeira que teve uma conversa "de irmão" com Perillo, no gabinete do governador. Segundo Garcez, Perillo chegou a lhe segredar inúmeros dados sobre as contas do governo e pediu "reserva".
OUTRO LADO
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), negou "veementemente" ter feito qualquer tipo de pedido a Wladimir Garcez ou, "muito menos, ao senhor Carlos Cachoeira".
Em nota à Folha, ele afirmou que "esta é mais uma tentativa esdrúxula" de envolver seu nome em conversas sem nenhuma ligação com o governo.
"Ele jamais tratou de assuntos relativos às contas públicas com o senhor Garcez ou com qualquer pessoa que não esteja diretamente ligada aos interesses do Estado de Goiás", informa a nota.
Segundo sua assessoria, o governador conhece Garcez há mais de 20 anos como militante político e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia. "O senhor Garcez transitava política e socialmente em todas as esferas do poder --federal, estadual e municipal."
A defesa de Carlinhos Cachoeira tem dito que ele não vai se manifestar sobre questões pontuais, pois as informações "estão sendo vazadas fora do contexto e o caso está em segredo de Justiça".
A Folha não conseguiu localizar o advogado de Garcez, também preso pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, apontado como "assessor direto" de Cachoeira.
O ex-presidente do Detran-GO Edivaldo Cardoso disse em carta a Perillo que não cometeu irregularidades. Ele saiu do governo em meio a suspeitas levantadas pela PF.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário