Coordenadora do MCCE diz que qualidade dos representantes do povo passa pela conscientização da própria população
Para a diretora da Secretaria Executiva do Movimento de Combate à
Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita José Rocha, a divulgação das
pendências judiciais de candidatos em ano eleitoral representa um
amadurecimento da democracia brasileira. Na avaliação dela, esse tipo de
iniciativa se soma à Lei da Ficha Limpa e à Lei de Acesso à Informação,
na composição de um cenário que pode mudar as relações de voto no país.
Sem que o eleitor tenha esse tipo de preocupação, os políticos de
procedência duvidosa continuarão prosperando, adverte.
Parlamentares candidatos têm problema na Justiça
“Isso demonstra que a ação da sociedade por meio da Lei da Ficha
Limpa tem muita razão de ser. A sociedade já se mobilizou, e não está
enganada quando propõe que o ficha suja não deve entrar na política.
Esse levantamento demonstra isso, que a sociedade está no rumo certo”,
observou Jovita, para quem a qualidade dos representantes do povo passa
pela consciência da própria população acerca do emprego da lei e dos
direitos constitucionais. “Enquanto ninguém exigir nada, eles [políticos
corruptos] vão levando.”
Zelando pelo nome
Jovita diz que o menosprezo pela própria reputação une determinados
parlamentares sob investigação. “Infelizmente, esses que entram para a
política para se dar bem não têm nenhum tipo de zelo, nem mesmo pela
preservação do próprio nome limpo. O trabalhador comum preza pelo nome,
mas alguns políticos não se incomodam com isso”, diz a coordenadora, com
a ressalva de que alguns processos foram movidos por disputas
regionais, às vezes de forma oportunista e injusta.
“Como cidadã de Brasília, eu não voto neste ano. Mas se eu votasse,
avaliaria cada candidato também pelos processos que ele tem. Dependendo
do motivo do processo, de cara a gente já poderia eliminar esse
candidato. O nome candidato, aliás, vem de candura, de limpeza,
brancura. A gente tem de chegar a esse ponto – a pessoa tem de ser
imaculada. Eu sugiro a cada eleitor que olhe a vida pregressa de cada
candidato”, aconselha a coordenadora, para quem a sociedade brasileira
caminha para o dia em que as listas de candidatos não tenham sequer um
nome com condenação ou complicação judicial.
Fonte: Congresso em Foco
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