quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Enquanto ninguém exigir, os corruptos vão levando”

Coordenadora do MCCE diz que qualidade dos representantes do povo passa pela conscientização da própria população

por Fábio Góis e Edson Sardinha

Para a diretora da Secretaria Executiva do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita José Rocha, a divulgação das pendências judiciais de candidatos em ano eleitoral representa um amadurecimento da democracia brasileira. Na avaliação dela, esse tipo de iniciativa se soma à Lei da Ficha Limpa e à Lei de Acesso à Informação, na composição de um cenário que pode mudar as relações de voto no país. Sem que o eleitor tenha esse tipo de preocupação, os políticos de procedência duvidosa continuarão prosperando, adverte.

Parlamentares candidatos têm problema na Justiça

“Isso demonstra que a ação da sociedade por meio da Lei da Ficha Limpa tem muita razão de ser. A sociedade já se mobilizou, e não está enganada quando propõe que o ficha suja não deve entrar na política. Esse levantamento demonstra isso, que a sociedade está no rumo certo”, observou Jovita, para quem a qualidade dos representantes do povo passa pela consciência da própria população acerca do emprego da lei e dos direitos constitucionais. “Enquanto ninguém exigir nada, eles [políticos corruptos] vão levando.”

Zelando pelo nome

Jovita diz que o menosprezo pela própria reputação une determinados parlamentares sob investigação. “Infelizmente, esses que entram para a política para se dar bem não têm nenhum tipo de zelo, nem mesmo pela preservação do próprio nome limpo. O trabalhador comum preza pelo nome, mas alguns políticos não se incomodam com isso”, diz a coordenadora, com a ressalva de que alguns processos foram movidos por disputas regionais, às vezes de forma oportunista e injusta.

“Como cidadã de Brasília, eu não voto neste ano. Mas se eu votasse, avaliaria cada candidato também pelos processos que ele tem. Dependendo do motivo do processo, de cara a gente já poderia eliminar esse candidato. O nome candidato, aliás, vem de candura, de limpeza, brancura. A gente tem de chegar a esse ponto – a pessoa tem de ser imaculada. Eu sugiro a cada eleitor que olhe a vida pregressa de cada candidato”, aconselha a coordenadora, para quem a sociedade brasileira caminha para o dia em que as listas de candidatos não tenham sequer um nome com condenação ou complicação judicial.

Fonte:  Congresso em Foco

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