terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Brasil "chegou tarde" nas políticas públicas para a juventude, diz presidente do Ipea

O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann, disse que o Brasil “chegou tarde” do ponto de vista das políticas públicas para a juventude. Para Márcio Pochmann, falta articulação e coordenação nos projetos para adolescentes.
No último dia 19 de janeiro, instituto lançou a pesquisa Juventude e Políticas Sociais no Brasil, que analisa a situação dos jovens em relação ao acesso a diversos direitos, como educação, saúde, cultura e segurança.

"Mesmo com a Constituição de 1988, ganhou mais importância o tema da criança e do adolescente. Há uma série de êxitos nas políticas para esse segmento; no entanto, a inserção dos jovens nas políticas públicas é algo muito recente."

O Brasil tem, atualmente, uma população de 50 milhões de jovens, entre 15 e 29 anos - que representa 26% do total de 190 milhões de cidadãos brasileiros. O estudo do Ipea aponta que 31% dos adolescentes podem ser considerados pobres e apenas 13% deles têm acesso ao ensino superior na faixa etária dos 18 aos 24 anos.

Na avaliação do diretor de estudos e políticas sociais do instituto, Jorge Abrahão, o tema entrou na agenda de políticas públicas somente no final da década de 90. Para ele, nos últimos anos, a “institucionalização” dessas políticas resultaram em melhoria para o jovem.

Abrahão citou ainda como ponto importante a criação da Secretaria Nacional da Juventude e do Conselho Nacional da Juventude, em 2005. Apesar disso, o secretário nacional da juventude, Beto Cury, defendeu que o país tem "uma longa trajetória pela frente" no assunto.

"Avançamos muito mais nos últimos cinco anos do que se fez em décadas no Brasil. O país entrou tarde na atenção ao jovem, mas entrou forte."

Durante o encontro, Pochmann disse acreditar que falta coordenação e articulação entre as diversas políticas públicas voltadas para a juventude. "Elas padecem de um problema que é a baixa coordenação. Temos programas em diferentes ministérios no governo federal e diversas políticas em âmbito estadual e municipal. Sem uma coordenação, a capacidade ser eficiente e reduzir custos fica comprometida."

Fonte: Agência Brasil

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