A intervenção federal em Brasília já não soa tão remota depois da renúncia do governador em exercício Paulo Octávio. Começa a se consolidar um quadro de acefalia de Poder na Capital.
O caráter epidêmico da crise vai reduzindo as chances de uma saída política, como é sempre preferível. Nesse momento, ninguém é a favor da intervenção, mas ninguém sabe como evitá-la.
A renúncia de ontem não libera o terceiro na linha sucessória, o presidente da Câmara Distrital, Wilson Lima, para qualquer providência legal decorrente da vacância dos cargos de governador e vice-governador.
A renúncia de Paulo Octávio é definitiva, mas o governador ainda é José Roberto Arruda, que apenas se licenciou enquanto cumpre prisão preventiva. A vacância não é formal, mas é real.
Se assumirem, não poderão concorrer a um novo mandato. O presidente do Tribunal de Justiça do DF, Nivio Gonçalves, já declarou que também não quer assumir.
Talvez porque não queira o trribunal no foco da crise, depois que desembargadores foram citados por Arruda em conversa gravada, sugerindo influência do Executivo sobre o Judiciário.
Numa sessão deplorável ontem a Câmara Distrital demonstrou imensa dificuldade em avançar numa fórmula capaz de preservar um mínimo de autoridade moral e política.
Limitaram-se suas excelências a considerar a intervenção produto da histeria do Procurador-Geral.
Ambos defendem a intervenção.
Por João Bosco Rabello
O Estadao
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