Márcio Leijoto
Direto de Goiânia
Ele foi encontrado por volta das 13h, na cela do Denarc, onde estava sozinho desde quinta-feira. Os agentes entraram na cela depois que os 11 presos da mesma delegacia estranharam o barulho do chuveiro, que corria sem bater em nada há 10 minutos.
Segundo a perita Iracilda Cardoso, a trança com o forro do colchão era muito elaborada, o que teria demandado tempo para ser feita. Os outros presos teriam visto ele trabalhando com o tecido, mas não desconfiaram do propósito de Ademar.
O pedreiro pendurou a corda em uma janela, a cerca de 3 m do chão. Entre a janela e a outra extremidade, a trança tinha cerca de 1,30 m.
A Corregedoria da Polícia Civil anunciou que abrirá sindicância na segunda-feira para investigar as circustâncias da morte. Segundo os policiais, o preso havia sido transferido no último domingo para o Denarc por questões de segurança. Para a delegada Renata Cheim, o comportamento de Ademar era tranquilo e ele não falava em suicídio. Por essa razão, na quinta-feira, ela autorizou a transferência dele de uma sala de perícia para uma cela com banheiro.
Na última sexta-feira a Polícia Civil descobriu que ele, que assumiu ter cometido os seis assassinatos entre os dias 30 de dezembro e 22 de janeiro, usava três identidades. Ademar trocou de nome quando se mudou de Serra Dourada (BA) para Brasília (DF), pois era procurando pela polícia baiana por uma tentativa de assassinato em sua terra natal. Havia um mandato de prisão expedido pela Justiça contra ele. Ao chegar em Brasília, o pedreiro mudou o nome para Adimar.
A polícia também encontrou uma outra identidade, com os mesmos dados da segunda, mas expedida na Bahia. Para a Secretaria Estadual de Segurança Pública de Goiás (Sesp/GO), os documentos eram uma tentativa do suspeito de enganar a Justiça e talvez por isso ele não tivesse sido preso anteriormente, já que o pedido de prisão data de 2000.
Jovens de Goiás
Entre os dias 30 de dezembro de 2009 e 22 de janeiro deste ano, seis jovens com idades entre 14 e 19 anos desapareceram em Luziânia, a 196 km da capital Goiânia (DF), no entorno do Distrito Federal. O caso ganhou repercussão nacional e foi investigada, além da polícia, pela CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados.
O paradeiro dos jovens só foi solucionado na manhã de sábado, 10 de abril, quando o pedreiro Ademar de Jesus Silva, 40 anos, foi preso acusado de estuprar e matar os rapazes. Ele mostrou à polícia o local onde estavam os corpos dos garotos e, em entrevista, se disse arrependido e afirmou que pensava no sofrimento dos familiares dos jovens mortos. O pedreiro também declarou que foi vítima de abusos sexuais no passado e disse que cogitou o suicídio após a repercussão das mortes.
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