Do g1 - Jornal da Globo de hoje.
O Ministério Público denunciou à Justiça um procurador e uma promotora do Distrito Federal. Eles são suspeitos de receber propinas de políticos envolvidos no mensalão do Democratas de Brasília.
No quintal da casa da promotora Débora Guerner, a polícia descobriu um cofre enterrado no jardim. Dentro, pacotes de dinheiro e arquivos de computador com imagens gravadas pelas câmeras de segurança da própria casa.
As imagens mostram o procurador-geral de justiça do Distrito Federal, cargo máximo do Ministério Público local, chegando de moto, sozinho. Para não ser reconhecido, Leonardo Bandarra só tirou o capacete quando estava dentro da casa.
Era no escritório, de janelas fechadas e com o celular desligado para evitar rastreamentos, que os dois se reuniam. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, nesses encontros Bandarra e Débora Guerner combinavam o esquema de corrupção.
O procurador e a promotora são acusados de cobrar propina de Durval Barbosa, que foi secretário do ex-governador José Roberto Arruda e depois denunciou o mensalão do Democratas no Distrito Federal. O objetivo era passar informações sigilosas e atrasar processos que corriam contra ele.
O procurador teria cobrado um milhão de reais para avisar a Durval, com antecedência, sobre uma ordem judicial de busca e apreensão. Durval disse que pediu o dinheiro a Arruda e pagou o grupo em duas parcelas. Depois disso, o procurador e a promotora teriam passado a cobrar um mensalão de 300 mil reais.
O Ministério Público pediu o afastamento imediato do procurador e da promotora e denunciou o grupo por formação de quadrilha, violação de sigilo funcional e extorsão.
O advogado do procurador Leonardo Bandarra, Cezar Bittencourt, afirmou que seu cliente é inocente. O advogado Pedro Paulo de Medeiros, que defende a promotora Débora Guerner e o marido dela, não quis se pronunciar.
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