Três vereadores de oposição ao governo do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), entraram com pedido de impeachment na Câmara Municipal na noite desta sexta-feira (20), depois de deflagrada operação da Corregedoria da Polícia Civil e do Ministério Público que atingiu o alto escalão da prefeitura.
Foram 20 mandados de prisão por suspeitas de fraudes em contratos e 12 pessoas presas. O vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), e dois dos secretários mais importantes do governo, Francisco de Lagos (Comunicação) e Carlos Henrique Pinto (Segurança), são considerados foragidos pela polícia.
A primeira-dama e chefe de gabinete do prefeito, Rosely Nassim Jorge Santos, é citada nas investigações, mas conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça de São Paulo em 9 de maio que impede que seja presa. Ela negou envolvimento com as supostas fraudes em contratos públicos.
A força tarefa apreendeu documentos e computadores durante a operação, além de cerca de R$ 114 mil. Na casa do vice-prefeito foram apreendidos R$ 60 mil, segundo a Polícia Civil. Policiais chegaram a bloquear a prefeitura no início da manhã de ontem (20) em busca de documentos em algunas andares do prédio.
O vereador Artur Orsi (PSDB) assinou o pedido de impeachment do prefeito. Segundo ele, Dr. Hélio não tem “condições morais de continuar no cargo” após o caso. O pedido pode entrar na pauta de votação da Câmara na próxima segunda-feira.
O pedido de impeachment ganhou as ruas da cidade logo após a operação da polícia. Servidores públicos municipais, em greve há uma semana, protestaram com faixas e cartazes e pararam as principais vias da cidade.
Neste sábado (21), um grupo de aproximadamente 20 moradores do bairro Tamoios organizou um “panelaço” pedidno a saída do prefeito.
Advogados dos presos na operação, entre eles empresários, devem entrar com pedido de habeas corpus na segunda-feira. O vice-prefeito declarou, pelo twitter, “estar surpreso, mas tranquilo” com seu suposto envolvimento no esquema de fraudes.
Dr. Hélio não havia se manifestado oficialmente até às 12h30 deste sábado. A reportagem do UOL Notícias tentou ouvir o prefeito, mas a assessoria de imprensa da prefeitura informou que ele ainda não falaria sobre esse assunto.
Em nota divulgada hoje (21), partidos da base aliada do prefeito (PCdoB, PDT, PT, PMDB, PSD, PPS, PTB, PRP e PSC) divulgaram nota na qual defendem o prefeito e chamam as ações de “arbitrárias”.
Em outro trecho, os partidos aliados insinuam que a operação tem como objetivo “antecipar de forma ilegítima o calendário político-partidário de 2012”.
“Pela própria manifestação do Ministério Público está claro que não há vínculo do prefeito com as investigações , portanto repudiamos qualquer iniciativa da abertura de Comissão Processante na Câmara do Vereadores”, diz a nota.
UOL Notícias
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