quarta-feira, 11 de julho de 2012

Senado cassa o mandato de Demóstenes

Eduardo Bresciani, do estadão.com.br, e Ricardo Brito, da Agência Estado

Por 56 votos, o Senado aprovou a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na avaliação da maioria, a relação do parlamentar com o contraventor Carlinhos Cachoeira feriu o decoro parlamentar. Dezenove senadores votaram contra a cassação e cinco se abstiveram. Demóstenes é o segundo senador cassado no País por quebra de decoro.

Em seu discurso de defesa, o senador criticou a forma como seu processo foi conduzido e afirmou que as provas usadas contra ele eram frágeis. “O julgamento pelo clamor público é um julgamento terrível”, disse ao se lembrar da crucificação de Jesus Cristo. “Dizem que o maior crime foi o fato de ter usado um rádio (…) Em que momento aparece a minha voz pedindo dinheiro, pedindo propina? Mais de três anos de grampo, o que existe contra mim? Nada. Nada. Nada” , afirmou.

O senador atacou ainda a “pressa” com que o caso foi avaliado pelo Conselho de Ética. “Por que minha cabeça tem que rolar? Provei aqui, várias vezes, que sou inocente. Quero o direito do tempo. Por que me negaram o direito da perícia? Era o único direito que eu tinha.” Ao final de seu discurso, pediu aos senadores: “Me deem a oportunidade de provar que sou inocente. Não acabem com a minha vida. Se a Justiça me condenar, eu perco o mandato”.

Com a decisão, Demóstenes deverá voltar ao cargo de procurador de Justiça de Goiás, do qual se licenciou em 2001 a fim de se eleger a primeira vez senador da República. No retorno, está na iminência de ser investigado pelos colegas de Ministério Público. Com a cassação, ele só poderá se candidatar a um cargo eletivo em 2027.

Fonte: Estadão.com.br

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